terça-feira, 16 de novembro de 2010

Os poetas Barroocs ( Vida e obra )

Gregório de Matos

Gregório de Matos Guerra Academia Brasileira de Letras
Gregório de Matos Guerra
Nascimento23 de dezembro de 1636
Salvador
Morte26 de novembro de 1695 (58 anos)
Recife
Nacionalidade Brasileiro
OcupaçãoAdvogado e poeta
Escola/tradiçãoBarroco
Gregório de Matos Guerra (Salvador, 23 de dezembro de 1636[1]Recife, 26 de novembro de 1695),[2] alcunhado de Boca do Inferno ou Boca de Brasa, foi um advogado e poeta do Brasil Colônia. É considerado o maior poeta barroco do Brasil e o mais importante poeta satírico da literatura em língua portuguesa, no período.[3]

Biografia

Gregório nasceu numa família com o poder financeiro alto em comparação a época, empreiteiros de obras e funcionários administrativos (seu pai era português, natural de Guimarães). Legalmente, a nacionalidade de Gregório de Matos era portuguesa, já que o Brasil só se tornaria independente no século XIX.
Em 1642 estudou no Colégio dos Jesuítas, na Bahia. Em 1650 continua os seus estudos em Lisboa e, em 1652, na Universidade de Coimbra onde se forma em Cânones, em 1661. Em 1663 é nomeado juiz de fora de Alcácer do Sal, não sem antes atestar que é "puro de sangue", como determinavam as normas jurídicas da época.
Em 27 de janeiro de 1668 teve a função de representar a Bahia nas cortes de Lisboa. Em 1672, o Senado da Câmara da Bahia outorga-lhe o cargo de procurador. A 20 de janeiro de 1674 é, novamente, representante da Bahia nas cortes. É, contudo, destituído do cargo de procurador.
Em 1679 é nomeado pelo arcebispo Gaspar Barata de Mendonça para Desembargador da Relação Eclesiástica da Bahia. D. Pedro II, rei de Portugal, nomeia-o em 1682 tesoureiro-mor da , um ano depois de ter tomado ordens menores. Em 1683 volta ao Brasil.
Frontispício de edição de 1775 dos poemas de Gregório de Matos.
O novo arcebispo, frei João da Madre de Deus destitui-o dos seus cargos por não querer usar batina nem aceitar a imposição das ordens maiores, de forma a estar apto para as funções de que o tinham incumbido.
Começa, então, a satirizar os costumes do povo de todas as classes sociais baianas (a que chamará "canalha infernal"). Desenvolve uma poesia corrosiva, erótica (quase ou mesmo pornográfica), apesar de também ter andado por caminhos mais líricos e, mesmo, sagrados.
Entre os seus amigos encontraremos, por exemplo, o poeta português Tomás Pinto Brandão.
Em 1685, o promotor eclesiástico da Bahia denuncia os seus costumes livres ao tribunal da Inquisição (acusa-o, por exemplo, de difamar Jesus Cristo e de não mostrar reverência, tirando o barrete da cabeça quando passa uma procissão). A acusação não tem seguimento.
Entretanto, as inimizades vão crescendo em relação direta com os poemas que vai concebendo. Em 1694, acusado por vários lados (principalmente por parte do Governador Antônio Luís Gonçalves da Câmara Coutinho), e correndo o risco de ser assassinado é deportado para Angola.
Como recompensa de ter ajudado o governo local a combater uma conspiração militar, recebe a permissão de voltar ao Brasil, ainda que não possa voltar à Bahia. Morre em Recife, com uma febre contraída em Angola. Porém, minutos antes de morrer, pede que dois padres venham à sua casa e fiquem cada um de um lado de seu corpo e, representando a si mesmo como Jesus Cristo, alega "estar morrendo entre dois ladrões, tal como Cristo ao ser crucificado".

Alcunha

A alcunha boca do inferno foi dada a Gregório por sua ousadia em criticar a Igreja Católica, muitas vezes ofendendo padres e freiras. Criticava também a "cidade da Bahia", ou seja, Salvador, como neste soneto:

A cada canto um grande conselheiro.
que nos quer governar cabana, e vinha,
não sabem governar sua cozinha,
e podem governar o mundo inteiro.
Em cada porta um frequentado olheiro,
que a vida do vizinho, e da vizinha
pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha,
para a levar à Praça, e ao Terreiro.
Muitos mulatos desavergonhados,
trazidos pelos pés os homens nobres,
posta nas palmas toda a picardia.
Estupendas usuras nos mercados,
todos, os que não furtam, muito pobres,
e eis aqui a cidade da Bahia.
Em honra do poeta, o título Boca do Inferno foi adotado para as crónicas humorísticas de Ricardo Araújo Pereira, outro humorista português.

 Obra

Em 1850, o historiador Francisco Adolfo de Varnhagen publicou 39 dos seus poemas na colectânea Florilégio da Poesia Brasileira (em Lisboa).
Afrânio Peixoto edita a restante obra, de 1923 a 1933, em seis volumes a cargo da Academia Brasileira de Letras, excepto a parte pornográfica que aparecerá publicada, por fim, em 1968, por James Amado.
A sua obra tinha um cunho bastante satírico e moderno para a época, além de chocar pelo teor erótico, de alguns de seus versos.
Entre seus grandes poemas está o "A cada canto um grande conselheiro", no qual critica os governantes da "cidade da Bahia" de sua época. Esta crítica é, no entanto, atemporal e universal - os "grandes conselheiros" não são mais que os indivíduos (políticos ou não) que "nos quer(em) governar cabana e vinha, não sabem governar sua cozinha, mas podem governar o mundo inteiro". A figura do "grande conselheiro" é a figura do hipócrita que aponta os pecados dos outros, sem olhar aos seus. Em resumo, é aquele que aconselha mas não segue os seus preceitos.

 Poemas

  • beija-Flor
  • Anjo bento
  • Senhora Dona Bahia
  • Descrevo que era realmente naquele tempo a cidade da Bahia
  • Finge que defende a honra da cidade e aponto os vícios
  • Define sua cidade
  • A Nossa Senhora da Madre de Deus indo lá o poeta
  • Ao mesmo assunto e na mesma ocasião
  • Ao braço do mesmo Menino Jesus quando appareceo
  • A NSJC com actos de arrependido e suspiros de amor
  • Ao Sanctissimo Sacramento estando para comungar
  • A S. Francisco tomando o poeta o habito de terceyro
  • No dia em que fazia anos
  • impaciência do poeta
  • Buscando a cristo
  • Soneto - Carregado de mim ando no mundo,
  • Soneto I - À margem de uma fonte, que corria
  • Soneto II - Na confusão do mais horrendo dia
  • Soneto III - Ditoso aquele, e bem-aventurado
  • Soneto IV - Casou-se nesta terra esta e aquele
  • Soneto V - Bote a sua casaca de veludo,
  • Soneto VI - A cada canto um grande conselheiro
  • Triste bahia
OBRAS DE ANTÔNIO VIEIRA
a) Sermões – Cerca de 200, entre os quais se destacam:

Sermão pelo Bonsucesso das Armas de Portugal contra as de Holanda

Sermão da Sexagésima

Sermão de Santo Antônio aos Peixes

Sermão da Primeira Dominga da Quaresma

Sermão XIV do Rosário (dedicado aos negros)

b) Cartas – Cerca de 500, de pouca importância literária.

MANUEL BOTELHO DE OLIVEIRA

Nasceu na Bahia, em 1636; filho do Capitão da Infantaria Antônio Álvares de Oliveira.

Faleceu na Bahia, em 5 de janeiro de 1711.

Após os preparatórios, estudou jurisprudência em Coimbra, quando foi companheiro de Gregório de Matos.

Regressando à Bahia, dedicou-se durante anos à advocacia.

Foi vereador do Senado e da Câmara da Bahia. Recebeu o título de Fidalgo da Casa Real.

Casou-se com Antônia de Meneses; depois de enviuvar, casou-se com Filipa de Brito Freire.

Destacou-se na poesia barroca, ganhando fama de gongorista.

Era capaz de escrever com perícia em quatro idiomas (português, latim, italiano e espanhol), praticando várias formas de poesia: sonetos, madrigais, redondilhas, epigramas, oitavas, décimas.

Produziu um único livro: Música do Parnaso, publicado em 1705, em Lisboa. A obra foi impressa na oficina de Miguel Menescal, tipografia do Santo Ofício, sob licença das autoridades competentes. Ficou sendo, assim, o primeiro livro impresso de autor nascido no Brasil.

Foi contemporâneo de Gregório de Matos no curso de Direito, em Coimbra.

Dentro de Música do Parnaso, merece destaque o poemeto À Ilha da Maré - Termo Desta Cidade da Bahia, em que descreve um recanto da paisagem baiana, exalta o clima, as frutas, os animais, numa atitude que se pode chamar de nativista

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